segunda-feira, abril 18, 2005

quero

Quero voltar a sentir o mar! Ouvir com atenção o que tem para me dizer!
Passear, correr à beira mar!
Nadar contra as ondas como se elas fossem o meu maior inimigo!
Enrolar-me na toalha!
Apanhar pedrinhas e fazer "peixinhos"! =)
Sentir o vento que caminha na direcção oposta!
Tirar fotografias dentro de água!
Fazer castelos na areia!
Escrever na areia!
Vêr o pôr do sol!
Caminhar
Pensar
Iludir-me

Iludir-te
Chamar-te
Cativar-te
Partilhar-te o que sou
Confundir-te
Gozar-te
Sorrir-te
Querer-te

AMAR-TE
=)

quarta-feira, abril 06, 2005

Marinheiro Sem Mar

Longe o marinheiro tem
Uma serena praia de mãos puras
Mas perdido caminha nas obscuras
Ruas da cidade sem piedade

Todas as cidades são navios
Carregados de cães uivando à lua
Carregados de anões e mortos frios

E ele vai baloiçando como um mastro
Aos seus ombros apoiam-se as esquinas
Vai sem aves nem ondas repentinas
Somente sombras nadam no seu rastro.

Nas confusas redes do seu pensamento
Prendem-se obscuras medusas
Morta cai a noite com o vento

E sobe por escadas escondidas
E vira por ruas sem nome
Pela própria escuridão conduzido
Com pupilas transparentes e de vidro

Vai nos contínuos corredores
Onde os polvos da sombra o estrangulam
E as luzes como peixes voadores
O alucinam.

Porque ele tem um navio mas sem mastros
Porque o mar secou
Porque o destino apagou
O seu nome dos astros
Porque o seu caminho foi perdido
O seu triunfo vendido
E ele tem as mãos pesadas de desastres

E é em vão que ele se ergue entre os sinais
Buscando a luz da madrugada pura
Chamando pelo vento que há no cais

Nenhum mar levará o nojo do seu rosto
As imagens são eternas e precisas
Em vão chamará pelo vento
Que a direito corre pelas praias lisas

Ele morrerá sem mar e sem navios
Sem rumo distante e sem mastros esguios
Morrerá entre paredes cinzentas
Pedaços de braços e restos de cabeças
Boiarão na penumbra das madrugadas lentas.

*

E ao Norte e ao Sul
E ao Leste e ao Poente
Os quatro cavalos do vento
Sacodem as suas crinas

E o espírito do mar pergunta:

«Que é feito daquele
Para quem eu guardava um reino puro
De espaço e de vazio
De ondas brancas e fundas
E de verde frio?»

Ele não dormirá na areia lisa
Entre medusas, conchas e corais

Ele dormirá na podridão
E ao Norte e ao Sul
E ao Leste e ao Poente
Os quatro cavalos do vento
Exactos e transparentes
O esquecerão

Porque ele se perdeu do que era eterno
E separou o seu corpo da unidade
E se entregou ao tempo dividido
Das ruas sem piedade.

Sophia de Mello Breyner Andersen
Mar Novo


domingo, abril 03, 2005

momentos

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Quero um poema lindo
Quero muito alguém
Que se passa não sei digo sorrindo
Queria que viesses também

Já sei porque te amo e amei
Parti à descoberta e achei
Vivi sem saber de ti
E agora vou estar aqui por ti.

Deixo tudo andar
Já não consigo pensar
Sem saber fazes me rir
Dás-me força para explodir.

Poema Lindo


QUE SAUDADES...